Uma nova denominação[1] é necessária?
“E
alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por
todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão.
E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado
Marcos.
Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele
que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra.
E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do
outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre.
E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos
irmãos à graça de Deus.
E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas”.
Atos 15:36-41
Paz do Senhor Jesus!
O presente texto tem por prerrogativa a discussão sobre o
emblemático crescimento denominacional de igrejas cristã no Brasil e no mundo
envolvendo os diferentes seguimentos pós rompimento com a então majoritante Igreja
Católica Apostólica Romana. Sabe que por muitos anos os povos religiosos
chamados Cristão (seguidores de Jesus Cristo) não eram visto com olhar saudável, pois a
história registra inúmeros massacres e perseguições que começam a serem
narrados na historicidade bíblica, ou seja, a perseguição judaica a Jesus o
Nazareno, logo depois seguida pelo Império Romano, Perseguição macabra feita pelo
Imperador Nero, Diocleciano e muitos e muitos outros que apresentaram resistência
em caráter eliminatória de todos aqueles que expressavam a fé cristã firmada
nos ensinamentos que Jesus pela sua vida e obra deixou registrado nos corações
e nos escritos bíblicos registrados nos evangelhos.
Porém, o que pretendo nesse texto é lançar um olhar específico
sobre o momento decisivo entre Pedro e Paulo, em que ambos relacionaram de
maneiras distintas sobre o destino de Marcos, este que o abandonou na Primeira
viajem Missionária. Na verdade, o bom seria levantar questionamentos sobre as inúmeras
histórias que os cristãos vivenciaram ao longo desses 2000 anos pós ascensão de
Cristo. A pergunta que não quer calar é: posso criar uma denominação por não
concorda com alguém sobre determinado tema ou assunto? Posso procurar uma nova igreja
para congregar simplesmente por não concorda com os líderes ou ensinamentos que
por anos ou desde o início da denominação já estão estabelecidos?
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) em 2010, cerca de 42,3 milhões de pessoas se declaravam protestante[2], ou
seja, cerca de 22,2 da população. Em 2014 esse número subiu para 26%, e em 2020
segundo o Instituto Datafolha chegou a 31% representado assim cerca de 65,4 milhões
de pessoas. Outros dados que podemos
analisar podem ser observados em uma interessante matéria trazida pela BBC
Brasil em 18 de dezembro de 2012, em que: “No total, 31,5% da população mundial se considera cristã
(incluindo católicos romanos, ortodoxos e protestantes). Em seguida vêm os
muçulmanos (sunitas e xiitas), com 23,2% do total”. É possível perceber que a igreja
como sistema cresceu de maneira exponencial e que as pessoas que se dizem religiosas
também. No entanto, essa realidade é passível de democracias e estados laicos que
garantem a Liberdade de Expressão religiosas protegida por Lei maior.
Sobre aquelas questões perguntas levantadas acima, e, de
maneira sucinta e resumida quero questionar e analisar a crescente número de
igrejas sobre uma perspectiva histórica bíblica focada nesse episodio entre
Paulo e Pedro. Veja ! o objetivo até aqui foi assumirmos uma posição histórica
de crescimento registrados pelos veículos de datação de dados nacionais e
internacionais de forma bem básica, só mesmo para termos uma noção de como a
igreja cristã tem crescido e se desenvolvido no decorrer dos anos, e mais, como
é possível que à partir de Martin Lutero, houve uma crescimento tão grande de
inúmeras classes e codinomes de igrejas
que ao coloca-las em caráter de analise sobre suas doutrinas e ensinamentos,
nada difere ou apenas legitimam uma cristianismo desvirtuado e desvinculado dos
reais ensinamentos pregados por Jesus o Cristo.
Pois bem, ao se prepararem para a Segunda Viagem
Missionária, Paulo e Pedro se deparam com um cristão arrependido por ter abandonado
na primeira viajem a missão de levar o evangelho (boas novas) aos gentios, o
que gerou um fato intrigante, uma discussão que separou a Paulo e Pedro de
andarem juntos naquele momento. Ao que
se sabe, Jesus ao ressuscitar, deixou a “chave” da igreja ( igreja em um
sentido de: aqueles que seguem os ensinamentos de Jesus Cristo) nas mãos de
Pedro, isso é claro, grande sinal entre todos que Pedro seria aquele que
conduzia aos novos conversos, Judeus, Gregos, Gentios e dentre tantos outros
aos caminhos e ensinamentos pregados por
Jesus. Do outro lado, está aquele que recebeu do próprio Cristo as orientações
de como deveria prosseguir após sua conversão a caminho de Damasco. Ambos têm
os motivados e ensinamentos adquiridos de forma distinta, pois um aprendeu ao lado
de Cristo, o outro de forma pós ascensão. Mesmo com essas diferenças, os dois
falavam a mesma linguagem e discorriam com veemência sobre os mesmos assuntos sem
nenhuma disparidade que os separassem, é claro, até o presente momento.
Veja! Eles não ficaram inimigos, não começaram a dissuadir
um ao outro, apenas tomaram direções opostas, pregando o mesmo evangelho e
falando da mensagem que receberam de maneira diferentes. Eles não abriram uma
igreja sobre a visão paulina ou sobre a visão de Pedro, apenas continuaram suas
caminhadas. O que acontece com frequência nos dias atuais é exatamente o
contrário, pessoas que discordam de decisões e tentam lançar uma visão doutrinária
referente aos seus argumentos. Os principais motivos pelos quais as novas denominações
são criadas resumem na maioria das vezes em razões de cunho humano e não de
crescimento ou visão doutrinária. Por exemplo, Martinho Lutero ao desvincular-se
da Igreja Católica explicitando as 95 teses que levou a fazer tal ato, colocava
em xeque os ensinamentos errôneos pregados pela então igreja, era uma saída
justificada, pois os ensinamentos estavam sendo distorcidos do real significado
e significância apresentado por Jesus Cristo. As divisões dentro das igrejas
nos dias atuais são os dos maiores motivos pelos quais são criadas novas
denominações, e não preciso dizer é claro, um dos motivos mais errados para criação
de um novo seguimento baseado em critério de discordância ou motivações humanas
em inveja, egoísmo, dissenções, mentiras e carnalidades.
Querido leitor, se esse for o seu caso, se for está
desanimado com a igreja que está frequentando, acalme seu coração e busque ao
Senhor de todo seu coração e de toda sua alma e de todo seu entendimento. Às vezes,
ou na maioria das vezes, as novas visões e opiniões estão elencadas e
visionadas em um espaço e restrito a uma visão momentânea. Sempre que paramos e
analisamos com mais frieza e colocamos a nossa fé em Cristo e perguntamos a ele
o que devemos fazer mediante tal situação, a resposta é sempre a mesma, somos chamados a fazer a diferença
em meio a bagunça, brilhar em meio as trevas, e o que isso significa? Significa
sermos diferentes daquilo que estamos diagnosticando como errado e nos
voltarmos para o que Cristo disse que é certo. Por tanto, seja você Cristão não
segundo a seu segmento e sim segundo o que a Bíblia revela que Cristo é. Faça tudo
que ELe fez e recuse-se a fazer tudo que ele se recusou a fazer.
Paz Senhor! Jesiel Morais
[1]
Uma denominação
religiosa é um subgrupo dentro de uma religião que opera sob um nome,
tradição e identidade comuns. O termo refere-se principalmente às várias denominações cristãs
(por exemplo, Ortodoxa Oriental, Católica Romana, e as muitas variedades de
protestantismo).
[2]
Protestantismo é uma forma de cristianismo que se originou com a Reforma Protestante do século XVI, um movimento contra o que
seus seguidores consideravam erros da Igreja Católica. Os protestantes rejeitam a doutrina
católica romana da supremacia papal e dos sacramentos, mas discordam entre si quanto à presença real de Jesus na Eucaristia e em questões de política
eclesiástica e sucessão apostólica.
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jesiel Morais a serviço de Deus.